sábado, 8 de dezembro de 2007

Movimento GLBT e ExNEL

EXECUTIVA NACIONAL D@S ESTUDANTES DE LETRAS - EXNEL
SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE ÀS OPRESSÕES - SNCO

Movimento GLBT e ExNEL

Iniciarei este breve histórico dando uma passagem pela América
(entenda que chamo de América o continente americano como um todo).
Na década de 50, alguns grupos GLBT dos EUA, impulsionados por ex-
militantes e militantes do Partido Comunista (PC), começaram a se
organizar n o combate a perseguição política e moral. Estes grupos
foram de grande importância para preparar o grande asceno dos anos
60, com a explosão do movimento contra a guerra do Vietnã e dos
protestos contra a discriminação racista, sexista e homofóbica. Para
o movimento homossexual, o estopim foi a rebelião de Stonewall, um
bar em Nova York freqüentado por Gays, Lésbicas e Travestis, que
sofria freqüentes batidas policiais marcadas por fortes repressão.
Foi neste local que, no dia 28 de junho de 1969 (transformado, desde
então, em Dia do Orgulho GLBT), irrompeu uma batalha corporal que
durou quatro dias e marcou a virada do movimento para a resistência
aberta à opressão. No mesmo ano, surgiu, na
> Argentina, o grupo "Nuestro Mundo", composto por ex-militantes PC,
que haviam sido expulsos exatamente por serem gays. Uma parte de seus
membros era formada por dirigentes sindicais e suas atividades eram
voltadas para a classe trabalhadora. Posteriormente ao "Nuestro
Mundo", surgi a "Frente de Liberação Homossexual da Argentina", que
vinculava a luta pela libertação nacional do jugo do imperialismo à
libertação do corpo das relações mercantilistas impostas pelo capital.
> Já no Brasil, alguns intelectuais gays do Rio de Janeiro e de São
Paulo fundam em abril de 1978 o primeiro e até hoje o principal
jornal homossexual brasileiro, O Lampião, o qual serve de veículo e
reforço para a fundação em São Paulo, no ano seguinte – fevereiro de
1979 – do primeiro grupo brasileiro de militância gay - o Somos, que
adotou o mesmo nome da pioneira revista homossexual publicada na
América do Sul pela Frente de Libertação Homossexual da Argentina. Os
intelectuais que formaram esse grupo foram: Adão Costa, Agnaldo
Silva, Darci Ribeiro, Glauco Mattoso, João Silvério Trevisan, Luiz
Motti e outros.
> O período em que o movimento GLBT surge no Brasil coincide com a
abertura política, os anos de repressão parecem ficar cada vez mais
distantes, há uma esperança e, assim como outros grupos, esperam uma
sociedade mais justa e igualitária[1] .
> O Movimento GLBT ganha mais uma aliada no combate à opressão da
sexualidade com a criação da pasta de Combate às Opressões na
Executiva Nacional d@s Estudantes de Letras. Essa é uma tarefa árdua,
sabemos das dificuldades que teremos que enfrentar, do longo caminho
a percorrer e dos obstáculos imposto pela heteronormatividade . E
essa luta tem que ser construída por tod@s estudantes de letras do
Brasil. A universidade precisa fomentar o debate de sexualidade e
suas identidades, principalmente nos cursos de licenciaturas. Por
isso chamo a tod@s estudantes a participarem dos espaços de
discussões que serão construídos na ExNEL, seja ele no CONEL, COREL,
EREL ou ENEL.



Ednaldo Minervino
Secretário Nacional de Combate às Opressões
Pela aprovação do PLC 122/06

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[1] Trecho baseado no texto de Anderson Ferrari que foi
publicado na Revista Brasileira em Educação.

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

CoNEL




Conselho Nacional das Entidades de Letras - CoNEL
Universidade Estadual da Paraíba - 15 e 16 de dezembro.




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domingo, 11 de novembro de 2007

ENEL 2008

É açaí, pupunha e tacacá...Ano que vem ENEL é no Pará!!
Olá galera, Quem tá a fim de pular na barca pra construir o ENEL? Vamos que já estamos atrasados. Égua! Tás esperando o quê, pra ajudar, pequen@?

Confira o Blog do ENEL 2008

Para maiores informações entre no site do evento:

http://www.exnel.org.br/enel2008/

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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

(Co)Moção à arte na ata ENEL 2007



Rafael dos Prazeres. Universidade do Estado da Bahia Letras/Inglês.


Não são remotas em minha cabeça as imagens de cada reunião participada no último Encontro Nacional dos Estudantes de Letras: ENEL 2007, em Curitiba. Dentre outros tópicos bastante discutidos, a arte, mesmo camuflada por inteligência ou ignorância, era um dos temas presentes em cada uma daquelas reuniões.
A priori, a tendência foi convergir a Arte com a Cultura, organização cultural ou coisas afins. Por exemplo, a discussão muito bem findada a partir da vivência dos estudantes ao longo do encontro e expostas nas plenárias estadual e regional foi A monofonia nas atividades culturais. Por algum motivo o “Office Boy” ficou tatuado nas pessoas e reiterado a cada cápsula noturna ingerida. Mesmo nesse caso, a música era a única representante da divisão clássica como uma das sete expressões artísticas.
A posteriori, a arte atrelada à parte acadêmica foi de fato inexistente, pois, mesmo quem trabalhou com esse tema, não encontrou material para tanto nos Mini-cursos. Comunicações, Conferências, Mesas-redondas, Palestras e Oficinas envolvendo a Literatura como meio de discussões para arte nela mesma, segundo o Jornal do evento, totalizaram-se em oito. A metade deles foi realizada? Não sei responder devido o alto nível de cancelamento dos brilhos existentes na programação impressa.
O curso de Letras, filho do curso de Belas Artes, traduzido para Esperanto em “Belletro” ou para Inglês em “Language Arts” além do sistema lingüístico (A ciência), da eterna implosão dos padrões (a norma gramatical), das atividades ideológicas (A política), engloba em sua essência A Arte por meio da Literatura. Não mais o conceito superficial de quem desconhece seu significado ou de quem não se aprofunda em sua etimologia, ou de quem repele a filologia desse viés no curso. A Literatura passa a ser, então, o uso estético da linguagem. Seja através de um tema, seja através de uma forma, seja através de uma técnica ou sentimento, Seja por detrás de uma idéia, de um pensamento, d’um cotidiano ou do papel em branco, do sem-papel, na parede, na identidade, no gibi, na Bíblia, na história ou mesmo na pré-história há literatura. Muitas vezes quando não sabemos o significado de uma palavra, ela deixa de ser palavra em si para transformar-se em desenho apenas. O significante transmite aura, pois é dele que tudo começou. Já dizia Walter Benjamin na sessão Ritual e Política do texto Obra de Arte na era da reprodutibilidade técnica que a forma mais primitiva da obra de arte no contexto da tradição se exprimia no culto. No entanto, as técnicas de reprodução obrigaram essa arte aurática a adequar-se ao novo ditame e a essa nova função social: Criada para ser reproduzida. E a fundar-se em outra práxis, a política.
Hoje, infelizmente, a idéia que se tem sobre arte passa pelo conceito de tudo aquilo que se mantém coerente a um tema, em sua maioria político-social, ou um sentimento, o amor. Nem mesmo Brecht, esteve presente em algum momento político do ENEL. Falar sobre os contos de Drummond ou textos originais de Gibran Khalil Gibran ou de Mallarmé eram crimes naqueles mesmos espaços. Nem mesmo Paulo Leminsky, grande poeta Curitibano, fora mencionado.
Escrever um poema notificando o poder fonético de cada sílaba, de cada palavra e saboreá-lo depois, dar um significado aos espaços em branco na folha, utilizar as imagens ao nosso redor para provocar palavras na cabeça das pessoas ou utilizar palavras e provocar cheiros e sensações é uma arte sã. É uma técnica que nem todos sabem manusear, pois, senão todos seríamos poetas ou escritores ou artistas.
Essa (co)Moção à arte é um acréscimo ao que não foi posto na ata nacional por, mais uma vez, não ser considerada importante. Minha insatisfação parte dos seguintes pontos: A arte pra mim é literalmente o meu ganha-pão; Faz parte do quarteto de crenças que tenho em relação a mudanças sociais e um dos poucos pontos efetivos nessas mudanças; A arte é o caminho que vejo para driblar as ilusões humanas, os códigos irracionais dissimulados em interesses pessoais, piedade ou razão. A arte é o meu sentido, minha prática, minha produção. Através da arte posso fazer um estudo sincrônico do nosso país e configurar os próximos passos dos homens representantes deles mesmos. Posso falar de maneira simples ou prolixa sobre sentimento. Posso utilizar diferentes concepções acerca de um mesmo tema. É minha víscera.
Lanço uma ação de repúdio aqueles que observam as expressões artísticas unicamente como “atividade lúdica” para ser consumida no final dos eventos ou, então, como entretenimento durante os mesmos. A arte não é um Ludo, portanto, não é um jogo. Se conversarmos com Ariano Suassuna ou Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Mario Cravo Jr., Selton Melo, dentre outros artistas brasileiros não encontraremos muito de jogo no meio deles. Se observarmos o entretenimento na arte, vamos perceber em sua metáfora o povo imerso na “arte de quem faz arte com o povo” somado a um jogo de interesse por todos eles.
Para dar a palavra ao Dicionário Aurélio básico da Língua Portuguesa, arte é a 1-Capacidade que tem o homem de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar uma matéria. 2 – A utilização de tal capacidade, com vista a um resultado que pode ser obtido por meios diferentes. 3 – Atividades que supõe a criação de sensações ou de estados de espíritos de caráter estéticos carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação.
No idioma Português, podemos fazer um grande passeio da materialização do pensamento de maneira muito bem moldada. Desde os sermões do Padre Antônio Vieira e os poemas visuais de Gregório de Mattos, passando por, Monteiro Lobato e Fernando Pessoa, Os Irmãos Campos e Nelson Rodrigues até Jessier Quirino e artistas em blogs ou outros meios na internet encontramos produção de qualidade e, sobretudo, fruto de grandes estudos e aplicações.
Enquanto acho demasiada plenitude e inalcançáveis ações (quando restrita somente aos estudantes de letras desse país e diante da analise do quadro político atual) em prol da retirada das tropas brasileiras no Haiti ou pela Re-estatização da Companhia Vale do Rio Doce, eu encontro realidade e solidez na atenção que o curso pode dar a si mesmo quando incorpora ao seu objetivo campanhas nacionais pelo estudo da literatura popular, africana e de línguas indígenas envolvendo questões históricas e políticas; Questões referentes ao meio ambiente natural e a educação que pouco de nós temos em relação ao tema; e a Literatura na ação “Sankofa” de estudar o Grego e o Latim para edificarmos textos e idéias mais coesões.
Não sou parceiro do mito de Pandora, tampouco creio em textos estéreis que jazem obsoletos em armários, pastas ou arquivos no computador. Pretendo sempre, enquanto fizer parte do grupo estudantil de letras, lutar para que a arte seja respeitada nos encontros e tenha seus espaços de discussões, seus espaços de apresentações organizado pela comissão de Cultura da ExNEL e não por estudantes amontoados em porões, amotinados contra o esquecimento perene dessa expressão humana.


Quaisquer que sejam as inteligências, a instrução e o amor vinculado à arte constitua, ainda, os melhores meios para a liberdade.

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terça-feira, 9 de outubro de 2007


"Nós vamos ensinar você o fervor.
Nossos atos se prendem a nós, como ao fósforo sua luz.
Nos consome é verdade, mas fazem nosso esplendor.
E se nossa alma valeu alguma coisa é por ter ardido mais intensamente do que outras.
Vamos ensinar a você o fervor.
Uma existência patética.
Não a tranquilidade. Ser tranquilo é ser trágico.
Eu não almejo outro repouso que o sono da morte.
Espero depois de ter exprimido nesta terra tudo que havia em mim. Satisfeito morreu completamente.
Desesperado por fazer ainda mais.
Nossa vida a de ser diante de nós como um copo de água gelada.
O copo úmido nas mãos de quem tem febre e quer beber, e bebe tudo de uma vez.
Sabendo que devia guardar, mas não podendo tirar dos lábios o copo delicioso.
Tão fresca é a água e tão apaziguadora da sede."

André Gide*


****
Se temos assim, tanta vontade de viver,
de mudar a nossa realidade,
se gritamos nas praças,
nas salas de aula,
nas mesas dos bares,
nas rodinhas cheias de amigos,
palavras de ordem, espalhamos o nosso
conhecimento de história e política,
criando e recriando ideais
para uma sociedade mais humana,
mais digna de ser vivida...
Que não sejamos mesmo só de palavra.
A idéia precisa de atitude pra ter um real significado.
E precisamos aprender a ver,
e respeitar o que nos pareça, ou realmente seja
diferente.
E precisamos ter força. E Fome.
Fome de atitude, de transformação.

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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Confira o Calendário dos Encontros e Congressos Estudantis dos Estudantes de Letras


.: XVIII Fórum Acadêmico de Letras - 11 a 13 de Outubro
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte / UERN - Pau dos Ferros
xviiifale@uern.br
.: Semana Acadêmica de Letras - 16 a 19 de Outubro
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM / - Santa Maria - RS
Tema: A construção da identidade e da brasilidade do Sujeito das Letras
.: V Encontro Brasiliense dos Estudantes de Letras - EBREL
25, 26 e 27 de Outubro
Universidade Católica de Brasília - UCB
Tema: As diversas vertentes do Curso de Letras: o sujeitosocial e o sujeito profissional.
www.exnel.org.br/ebrel2007
.: V Encontro Catarinense de Letras - 26 e 27 de Outubro
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Tema: "Profissional formado e mercado de trabalho"
.: X Encontro Potiguar dos Estudantes de Letras - 31 de Outubro a 4 de Novembro
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN
Escola Estadual Juscelino Kubistchek - Açu - RN: www.epel2007.k6.com.br
.: Encontro Baiano dos Estudantes de Letras - EBEL
14 a 18 de Novembro
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Tema: UMA COLCHA DE RETALHOS! "As Letras e a bahia sobre a ótica multicultural
.: III Encontro de Professores de Literatura Africana
20 a 23 de Novembro
Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ
www.letras.ufrj.br/pensandoafrica/
.: XXVIII Conselho Nacional das Entidades de Letras - CoNEL 2007
Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
"Reunir contra o REUNI"
www.exnel.org.br/conel2007 ( em construção )
.: XI Encontro Paraense dos Estudantes de Letras - Vigia de Nazaré - Pará / 22 a 26 de Janeiro de 2008
Universidade Estadual do Pará - UEPA
"O PARÁ PAID'EGUA: UMA ABORDAGEM LINGUÍSTICO-LITERÁRIO E SOCIOCULTURAL NA AMAZÔNIA"
www2.uepa.br/epel
.: X Encontro Regional dos Estudantes de Letras – EREL 2008 Nordeste
20 a 23 de Março
Universidade Federal de Sergipe - UFS

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Grupo de Discussões Nacional



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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sarau da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda.


Coletivo de poetas e Projeto Caliandra



O Sararu da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda - faz parte da filosofia do Coletivo de Poetas de levar Poesia para todos, divulgar a obra de poetas esquecidos pela crítica, pelas editoras e pela mídia e incentivar os poetas a recitarem seus próprios poemas. A entrada é franca. O mega-sarau será realizado no Clube da Imprensa.

Vai começar às 20h do dia 19 de setembro (quarta-feira), com duração até às 24h do dia 23 de setembro (domingo) e baterá assim o recorde de duração de tempo de saraus realizados em todo o mundo. Mais de 60 poetas, cantores, compositores e mestres-de-cerimônias serão os responsáveis pela realização do Sarau da Primavera, que vai homenagear ainda os 17 anos de criação do Coletivo de Poetas e os 45 anos de criação do Clube da Imprensa, um espaço histórico de resistência cultural.

Serão homenageados dezenas de poetas vivos e mortos, com recitais e rodas de leituras de seus poemas e minipalestras enfocando a vida e a obra desses criadores. Entre os homenageados vivos estão Cassiano Nunes e Adélia Prado. Entre os poetas falecidos, Machado de Assis, Noel Rosa, Mário Faustino, Patativa do Assaré, Oswald de Andrade e Mário Quintana. Serão feitos dezenas de lançamentos e relançamentos de livros de escritores residentes no Distrito Federal. Haverá uma imensa programação cultural paralela, como minifeiras de artes, com exposições de artistas plásticos do Distrito Federal.

O Coletivo de Poetas foi criado em 1990. É, portanto, movimento cultural pioneiro na realização de saraus no DF. O Coletivode Poetas já publicou cinco coletâneas cooperativadas de poesia e contos: Poemas, Contos, Outros Poemas, Ibirapitanga e Mais Uns. No final do ano, será publicada a coletânea Sarau da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda.

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terça-feira, 11 de setembro de 2007


O regionalismo não é uma linguagem regional, que o inutilizaria, mas falar de problemas que estão mais próximos da pessoa que fala: a dor do homem, a alegria, as suas lutas e as suas belezas etc. Não, é claro, com a limitação de uma linguagem local, que inutiliza a expressão universal e a transmissão objetiva do conteúdo humano do poema ou do romance. (...) Apenas com aquele interesse intrínseco do humano, na valorização do humano. O que limita o regionalismo não é o tema de interesse circunscrito, mas a linguagem, com seus perigos de fixação que lhe poderá inutilizar a universalidade. (...) O que interessa é o problema do homem. Quando me bato pelo regionalismo é para mostrar, numa anedota, o local, os sentimentos comuns a todos os homens. O homem só é amplamente homem quando é regional. Se me tirar a estrutura ideológica do pernambucano, eu nada sou. Faulkner, por exemplo, é profundamente universal porque é regional e nacional.

João Cabral de Melo Neto, entrevista a Marques Gastão,
Diário de Lisboa, Lisboa, 3 de maio de 1958.


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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Madrugada Poesia


Os olhos pesam
A alma quer se sentir conectada
As paredes:
Concreto
O pensamento:
sintético
O ser humano sem demasias
Sem demoras se joga: língua
Os signos organizados
As sereias nadando em círculos
E o transtorno sendo burlado
Pela mão que desaba
Desata
Desatina a poesia
Pena, caneta, esfinge, teclado
Pesar, cantar, desistir? Jamais.
Pesadelo do protesto contido!
O escrito se aborrece com o fetiche do escritor
As palavras se tornam fugidias
Música
Música
Poesia.
Precisa de ritmo
Arritmia
Descontrola o pulso
Fecha o punho
Pomo da discórdia
Acordar mais uma vez para dentro de si
E descobrir que as fronteiras
Continuam ali para serem quebradas
Laís Romero - Estudante de Letras Português da Universidade Estadual do Piauí - UESPI

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quarta-feira, 22 de agosto de 2007


"o rio envolve a cidade
com seus reflexos nome cheiro
suas escamas seu aquário
seus engastes de água

roça nas casas
sua lua líquida
espaços de silêncio
seu jorro têxtil e carne

ainda intacta
a cidade brota
- caroço bruto -
do centro do fruto"

MARCO POLO,
poeta pernambucano*






E nos espaços onde vivemos,
no corre corre das grandes cidades,
nos corações sufocados
das pequenas...

É preciso prestar mais atenção
nas ruas,
nas coisas que estão na rua,
nas gentes
na vida que acontece
rápido
esquisita


Trazendo o tempo
passado
presente
futuro
todos num tempo só:
O sempre
que guarda cotidianamente
a nossa insistente esperança.

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sábado, 18 de agosto de 2007

"Segundo nossos ancestrais, é necessário sustentar o céu para que não caia. Ou seja, não é que o céu está firme, mas sim, de vez em quando fica fraco e quase desmaia e se deixa cair como as folhas caem das árvores, e então acontecem verdadeiras calamidades porque o mal chega ao milharal, a chuva o quebra todo, o sol castiga o solo, quem manda é a guerra, quem vence é a mentira, quem caminha é a morte e quem pensa é a dor.

Disseram nossos ancestrais que isso acontece porque os deuses que fizeram o mundo, os primeiros, se empenharam tanto em fazer o mundo que, depois de terminá-lo, não tinham muita força para fazer o céu, ou seja, o telhado de nossa casa e o colocaram assim do jeito que deu, e então o céu foi colocado sobre a terra como um desses telhados de plástico. Ou seja, o céu não está bem firme, mas, às vezes, parece que afrouxa. E é necessário saber que, quando isso acontece, se desorganizam os ventos e as águas, o fogo se inquieta e a terra quer se levantar e caminhar sem encontrar sossego.

Por isso, os que chegaram antes de nós disseram que, pintados de cores diferentes, quatro deuses voltaram ao mundo e, tornando-se gigantes, se colocaram nos quatro cantos do mundo para prendê-lo ao céu para que não caísse, ficasse quieto e bem plano, para que o sol, a lua, as estrelas e os sonhos caminhassem por ele sem sofrimento.

Mas aqueles que deram os primeiros passos por estas terras contam também que, às vezes, um ou mais dos pilares, os sustentadores do céu, é como se começasse a sonhar, a dormir ou a se distrair com uma nuvem, então o seu lado do telhado do mundo, ou seja, o céu, não fica bem esticado, e então o céu, ou seja, o telhado do mundo, é como se afrouxasse e é como se quisesse cair sobre a terra, e já não fica plano o caminho do sol, da lua e das estrelas.

É isso que aconteceu desde o início, por isso os primeiros deuses, os que deram origem ao mundo, deram uma tarefa a um dos sustentadores do céu e ele deve ficar de prontidão para ler o céu, ver quando começa a afrouxar, então este sustentador deve falar aos demais sustentadores para que acordem, voltem a esticar o seu lado e as coisas se acomodem outra vez.

E este sustentador nunca dorme, deve sempre estar em alerta e de prontidão para acordar os demais quando o mal cai sobre a terra. E os mais antigos no passo e na palavra dizem que este sustentador do céu leva um caracol pendurado no peito e com ele ouve os ruídos e os silêncios do mundo para ver se está tudo certo, e com o caracol chama os outros sustentadores para que não durmam ou para que acordem.

E dizem aqueles que foram os primeiros que, para não adormecer, este sustentador do céu vá e vem pra dentro e pra fora do seu coração, pelos caminhos que leva no peito, e dizem aqueles mestres mais antigos que este sustentador ensinou aos homens e às mulheres a palavra e a sua escrita porque, dizem que enquanto a palavra caminha pelo mundo é possível que o mal se aquiete e no mundo esteja tudo certo, assim dizem.

Por isso, a palavra do que não dorme, do que está de plantão contra o mal e suas maldades, não caminha direto de um lado pra outro, mas sim anda rumo a si mesmo, seguindo as linhas do coração, e para fora, seguindo as linhas da razão, e dizem os sábios de antes que o coração dos homens e das mulheres tem a forma de um caracol e aqueles que têm bom coração e pensamento andam de um lado pra outro, acordando os deuses e os homens para que fiquem de plantão para que no mundo esteja tudo certo. Por isso, quem vela quando os demais dormem usa o seu caracol, e o usa para muitas coisas, mas, sobretudo, para não esquecer.[1]"



[1] Do comunicado Chiapas: a décima terceira estela – terceira parte: um nome, de julho de 2003.


Trecho retirado da obra "EZLN-Passos de uma Rebeldia", por Emilio Gennari.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Ei gente!
Ai vão alguns sites para downloads de livros!
São de extrema importância, até porque nem todo mundo tem dinheiro
para comprar, tampouco acesso a livros como estes,
que podem ser achados nos links abaixo.
Sabendo do interesse de vários estudantes, é que o blog da exnel
disponibiliza esses links, portas abertas para o conhecimento de grandes obras,
tanto nacionais, quanto de nossa literatura internacional.
Esperamos que todos que acessem possam aproveitar os downloads das obras,
tanto quanto os que já conhecem o serviço.

Ah, o último link é de um site onde você pode encontrar de tudo,
concursos literários, poesias, contos, ... é 100% literatura na veia!!
E para os que curtem lingüística, estão e são tão bem vindos
tanto quanto os apaixonados por literatura.
Tem pra todos os gostos!



http://www.ateus.net/ebooks/

http://www.tiosam.com/livros.asp

http://www.universiabrasil.net/cultura+/cultvox.jsp

http://www.gargantadaserpente.com/


"O
escritor vive.
Ninguém é escritor das oito ao meio-dia e das duas às seis.
Quem é poeta é poeta sempre, e se vê continuamente assaltado pela poesia.
Assim como o pintor é assediado pelas cores e pelas formas, assim como o músico se sente procurado pelo estranho mundo dos sons (o mundo mais estranho das artes), o escritor deve pensar que tudo é argila, com que fará da miserável circunstância de nossa vida alguma coisa que possa aspirar à eternidade."

Jorge Luis Borges

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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

UM SITE SOBRE POLÍTICAS LINGÜÍSTICAS

Para quem se interessa sobre políticas públicas relativas à linguagem pode visitar a página do Ipol, Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Línguística. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, com sede em Florianopólis (SC) e "cosntituida por porfissionais de diversas áreas do conhecimento, para realizar projetos de interesse político-lingüìstico". O site divulga notícias que relacionam língua, cultura, sociedade e política.
***
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O DIA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
Dia Nacional da Lingua Portuguesa
Presidência da República do Brasil
CASA CIVIL
da Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.310, DE 12 DE JUNHO DE 2006.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Dia Nacional da Língua Portuguesa a ser celebradoanualmente no dia 5 de novembro, em todo o território nacional.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de junho de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
João Luiz Silva Ferreira
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.6.2006
***
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*
O discurso vivo e corrente está imediata e diretamente determinado pelo disscurso-resposta futuro: ele é que provoca essa resposta.(...) Assim é todo diálogo vivo.
O Discurso no Romance - Bakhtin, 1935

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sexta-feira, 27 de julho de 2007

O poema não cala

O poema não cala
ele subsiste dentro de mim
com sua parcialidade dos
dias tristes e dos dias
felizes.
Sua voz tende a não
ser amordaçada,
sua voz reflete
o seu olhar blasé
de dias quase fúnebres.
Suplicando revolta,
suplicando dias de
domingo.

Qual leveza é mais
humana?
Essa existência
esse poema claustro
me liberta
me prende
me emociona
me termina.


Lee Flôres Pires

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terça-feira, 3 de julho de 2007

Alcoólicas



É crua a vida. Alça de tripa e metal.

Nela despenco: pedra mórula ferida.

É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.

Como-a no livor da língua

Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me

No estreito-pouco

Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida

Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.

E perambulamos de coturno pela rua

Rubras, góticas, altas de corpo e copos.

A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.

E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima

Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.

Hilda Hilst (Alcoólicas - I)

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terça-feira, 29 de maio de 2007

Estudantes de Letras / Moção de Apoio - USP


"É com a união, ideais, vontade e atitude que nós poderemos e iremos mudar a nossa realidade, a realidade da nossa educação, tão maltratada, e o nosso país, tão pouco levado a sério, onde seu povo grita constantemente por mudanças e respeito aos direitos sociais e políticos violados, por quem tem armas de fogo, dinheiro, poder do que idéias, substância, humanidade."



Nós Estudantes de Letras de todo o Brasil, representados pela Executiva Nacional dos Estudantes de Letras - ExNEL, pelos Centros e Diretórios Acadêmicos de Letras e Diretórios Centrais dos Estudantes, desprezamos categoricamente qualquer tipo de repressão, seja ela policial, jurídica, política, ou "midiática" ao movimento estudantil ou a qualquer movimento social.

Defendemos a liberdade de manifestação política por acreditar que esta é fundamental para a consolidação da Democracia.

Nós que lidamos com as dificuldades pela luta dos nossos direitos e ideais cotidianamente, prestamos por meio desta solidariedade à Ocupação da Reitoria da USP, por entendermos que os estudantes e funcionários da USP têm a total legitimidade de lutar pelo Ensino Superior Público, Gratuito de Qualidade e contra esta nefasta Reforma Universitária que vêm sendo implementada pelo Governo Lula, resultando no fruto de uma visão estreita, com o único objetivo de abrir cada vez mais o mercado da educação superior em detrimento da universidade pública, gratuíta e de qualidade.

Esta nota não é somente um ato simbólico de apoio a uma manifestação Política, é também um Grito que urge pela Resistência dos que lutam por um Ensino Superior de Qualidade, que inclua a sociedade no debate de uma nova realidade menos desigual e com igualdade de oportunidade para o desenvolvimento de toda a sociedade.

Executiva Nacional dos Estudantes de Letras – ExNEL

Centro Acadêmico de Letras – Universidade de Brasília / CALET UnB
Centro Acadêmico de Letras 06 de Outubro – Universidade Federal do Rio de Janeiro / CALET UFRJ
Centro Acadêmico de Letras Português – Universidade Estadual do Piauí / CALEP UESPI
Centro Acadêmico de Letras – Universidade Federal do Paraná / CAL UFPR
Centro Acadêmico de Letras Macunaíma – Universidade Federal de Alagoas / CALET UFAL
Centro Acadêmico de Letras – Universidade Católica de Brasília / CAL UCB
Centro Acadêmico de Letras - Universidade Estadual da Paraíba / CAL UEPB
Diretório Acadêmico de Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana / CAL UEFS


Diretório Central dos Estudantes - Universidade Estadual de Feira de Santa / DCE UEFS

Diretório Central dos Estudantes – Universidade Federal do Paraná / DCE UFPR
Diretório Central dos Estudantes – Universidade do Estado da Bahia /DCE UNEB

As demais entidades representativas do Movimento Estudantil de Letras que desejarem assinar a moção de apoio, entrem em contato: comunicao@exnel.org.br



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quarta-feira, 23 de maio de 2007

PAROLAGEM DA VIDA

Como a vida muda.
Como a vida é muda.
Como a vida é nada.
Como a vida é nada.
Como a vida é tudo.
Tudo que se perde mesmo sem ter ganho.
Como a vida é senha
de outra vida nova
que envelhece antes de romper o novo.
Como a vida é outra sempre outra,
outra não a que é vivida.
Como a vida é vida
ainda quando morte esculpida em vida.
Como a vida é forte em suas algemas.
Como dói a vida quando tira a veste de prata celeste.
Como a vida é isto misturado àquilo.
Como a vida é bela sendo uma pantera de garra quebrada.
Como a vida é louca estúpida,
mouca e no entanto chama a torrar-se em chama.
Como a vida chora de saber que é vida
e nunca nunca nunca leva a sério o homem, esse lobisomem.
Como a vida ri a cada manhã de seu próprio absurdo
e a cada momento dá de novo a todos uma prenda estranha.
Como a vida joga de paz e de guerra povoando a terra de leis e fantasmas. Como a vida toca seu gasto realejo fazendo da valsa um puro Vivaldi.
Como a vida vale mais que a própria vida
sempre renascida em flor e formiga
em seixo rolado peito desolado coração amante.
E como se salva a uma só palavra
escrita no sangue desde o nascimento:
amor, vidamor!

Carlos Drummond de Andrade

"Um pouco de desejo e esperança de dias melhores,
apesar de tanta hora errada, atraso e
do momento que não chega."

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segunda-feira, 21 de maio de 2007

POEMINHA AMOROSO


Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Cora Coralina.

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"Em tempos de tanta desconfiança, de desrespeitos aqui e ali

com o diferente, com o singular, com o mesmo.
De pouca importância com os sentimentos dos outros, nossos mesmo.
Com a correria e preocupações diárias
a gente perde muita coisa,
a vida simples,
um livro na mesa, um suco no copo, idéias na cabeça,
e um mundo todo acontecendo dentro da gente.
Um poema bem simples, que deveria estar escrito nos muros,
nas capas de caderno, nas roupas das meninas, nas camisas dos meninos,
para que todo mundo lesse, soubesse, vivesse."


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segunda-feira, 14 de maio de 2007

Entre a voz e o silêncio: você


Dos seus olhos

escorrem minhas lágrimas

que me impedem de sentir

a poesia engasgada

na sua garganta.

O silêncio do meu rosto

vermelho e molhado

não diz nada...

e diz tudo

que não consigo dizer.

E mesmo a voz de veludo

que reverbera em sua boca

é incapaz de resistir ao meu silêncio.

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segunda-feira, 12 de março de 2007

Sobre a caligrafia

Arnaldo Antunes
20/03/2002

Caligrafia.
Arte do desenho manual das letras e palavras. Território híbrido entre os códigos verbal e visual.
— O que se vê contagia o que se lê. Das inscrições rupestres pré-históricas às vanguardas artísticas do século XX.
Sofisticadamente desenvolvida durante milênios pelas tradições chinesa, japonesa, egípcia, árabe.
Com lápis, pena, pincel, caneta, mouse ou raio laser.
— O que se vê transforma o que se lê. A caligrafia está para a escrita como a voz está para a fala. A cor, o comprimento e espessura das linhas, a curvatura, a disposição espacial, a velocidade, o ângulo de inclinação dos traços da escrita correspondem a timbre, ritmo, tom, cadência, melodia do discurso falado.
Entonação gráfica.
Tais recursos constituem uma linguagem que associa características construtivistas (organização gráfica das palavras na página) a uma intuição orgânica, orientada pelos impulsos do corpo que a produz.
Assim como a voz apresenta a efetivação física do discurso (o ar nos pulmões, a contração do abdómen, a vibração das cordas vocais, os movimentos da língua), a caligrafia também está intimamente ligada ao corpo, pois carrega em si os sinais de maior força ou delicadeza, rapidez ou lentidão, brutalidade ou leveza do momento de sua feitura.
A irregularidade do traço denuncia o tremor da mão. O arco de abertura do braço fica subentendido na curva da linha. O escorrido da tinta e a forma de sua aborção pelo papel indicam velocidade. A variação da espessura do traço marca a pressão imprimida contra o papel. As gotas de tinta assinalam a indecisão ou precipitação do pincel no ar.
Rastos de gestos.
A própria existência de um saber como o da grafologia, independentemente de sua finalidade interpretativa sobre a personalidade de quem escreve, aponta para a relevância que podem ter os aspectos formais que, muitas vezes inconscientemente, constituem a "letra" de uma pessoa.
O atrito entre o o sentido convencional das palavras (tal como estão no dicionário) e as características expressivas da escritura manual abre um campo de experimentação poética que multiplica as camadas de significação.Além disso, suas linhas, curvas, texturas, traços, manchas e borrões, mesmo que ilegíveis, ou apenas semi-decifráveis, podem produzir sugestões de sentidos que ocorrem independentemente do que se está escrevendo, apenas pelo fato de utilizarem os sinais próprios da escrita.
O A grávido de O.
Érres e ésses atacando Es.
A multiplicação de agás.
Rios de Us e emes e zês.
Esqueletos de signos fragmentados.
Dança de letras sobrepostas possibilitando diferentes leituras.
Paisagens.
Horizontes ou abismos.

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quarta-feira, 7 de março de 2007




Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade

Culturalmente atribuímos à palavra um peso fundamental, pois a partir do momento que as relações sociais se tornaram mais complexas, as palavras alcançaram uma dimensão que ultrapassa o oral, sendo exercitada também na dimensão escrita. Através dos textos foi possível, portanto, difundir idéias, sistematizar e acumular conhecimentos.
Ler e escrever são atos de comunicação, e a comunicação é o canal que nos possibilitou e possibilita a apreensão de aspectos culturais existentes na sociedade. Comunicação e cultura são indissociáveis.

O Blog da Executiva Nacional d@s Estudantes de Letras, é um canal de comuniação que visa valorizar e publicar diversos textos (poema, crônica, conto, artigo ou resenha) escritos pelos estudantes de Letras de todo Brasil. Os interessados deverão enviar alguns breves dados pessoais (nome, idade,contato, etc), o nome da instituição em que estuda e seus respectivos textos para blog@exnel.org.br. O Blog será atualizado semanalmente, e os textos manterão os devidos créditos aos autores.

Estamos, portanto, em boa companhia. E temos de troco, uma boa sugestão, se cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-professores, leitores-pasi-e-mães, leitores-tios-e-tias, leitores-avôs-e-avós, montar sua própria antologia e contagiar por ela outros leitores, sobretudo leitores-alunos, leitores-filho-e-filhas, leitores-sobrinhos-e-sobrinhas, leitores-netos-e-netas, por certo a prática de leitura na comunidade representada por tal círculo de pessoas, terá um sentido mais vivo. E a vida será melhor iluminada pela leitura solidária de histórias, de contos, de poemas, de romances, de crônicas, e do que mais falar a nossos corações de leitores que, em tarefa de amor e paciência, apostam no aprendizado social da leitura.”( Marisa Lajolo)

Vanelise Bernardes, Letras-Português/Inglês - Universidade Estadual de Goiás (UEG). Cidade de Goiás.


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