quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Paulatinamente...

Via o seu olhar brinquedo me aternurizando

Me aterrorizava a mais nova travessura diária.

Diariamente assim.

E por fim... era eu criança.

Meu medo de parecer boba batia com a cara no poste.

Batia no vento

Tocava-o como quem põe a mão fora da janela de um carro veloz pra ousar tocar o vento

O vento...

Sentia-o subir pelo meu corpo.

Tomando-o por inteiro

E ao apegar-me, sentia a sua pegada bater-me cada vez mais forte

Era ela

A culpa,

me caçando em silêncio, no escuro

Ela queria mesmo era vir me dar umas boas de umas palmadas.

Olá, como vai?

Nem zum se faz resposta

Suas frestas, desonestas

Seus olhos, seus abusos

Ab-surdos

Sua cara virada, de tédio, de raiva,

virava ao contrario e aí a mim era toda...

Era toda sorrisos, eram todos olhares

Fitava-me inteira a sugar o que queria

E assim foi até não querer mais...

Lambuzava-se no pote de ouro.

Dando medo do medo de ver o pote a quebrar

.

Se pá...

Tudo quebra!

E sinto que mais rápido quebrará se eu te triscar mais um minuto,

Teus olhos

I

no

por

tu

nos

Teus olhos, arregalando o meu olhar fujão do teu pidão.

Olho de vidro, de peixe ou de tandera

Talvez fossem também ressacados olhos

Que a partir de hoje não me deixarão dormir...

Se ris

Me rio de mim mesma, irresponsável.

Apopleticamente

Satirizo a tua audácia

Quem te fez assim tão imponente?

E quem disse que por tua causa faria isso, aquilo ou qualquer outra coisa de fato?

Quem te contou que ultrapassaste a linha de chegada do meu tão querido platonismo fútil já tão desgastado pelo tempo?

Se por te me rio e fui eu quem disse

Talvez fui eu quem me acertou!

Mese

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