Os olhos pesam |
A alma quer se sentir conectada |
As paredes: |
Concreto |
O pensamento: |
sintético |
O ser humano sem demasias |
Sem demoras se joga: língua |
Os signos organizados |
As sereias nadando em círculos |
E o transtorno sendo burlado |
Pela mão que desaba |
Desata |
Desatina a poesia |
Pena, caneta, esfinge, teclado |
Pesar, cantar, desistir? Jamais. |
Pesadelo do protesto contido! |
O escrito se aborrece com o fetiche do escritor |
As palavras se tornam fugidias |
Música |
Música |
Poesia. |
Precisa de ritmo |
Arritmia |
Descontrola o pulso |
Fecha o punho |
Pomo da discórdia |
Acordar mais uma vez para dentro de si |
E descobrir que as fronteiras |
Continuam ali para serem quebradas |
Laís Romero - Estudante de Letras Português da Universidade Estadual do Piauí - UESPI |
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Madrugada Poesia
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quarta-feira, 22 de agosto de 2007
com seus reflexos nome cheiro
suas escamas seu aquário
seus engastes de água
roça nas casas
sua lua líquida
espaços de silêncio
seu jorro têxtil e carne
ainda intacta
a cidade brota
- caroço bruto -
do centro do fruto"
MARCO POLO,
poeta pernambucano*
E nos espaços onde vivemos,
no corre corre das grandes cidades,
nos corações sufocados
das pequenas...
É preciso prestar mais atenção
nas ruas,
nas coisas que estão na rua,
nas gentes
na vida que acontece
rápido
esquisita
Trazendo o tempo
passado
presente
futuro
todos num tempo só:
O sempre
que guarda cotidianamente
a nossa insistente esperança.
sábado, 18 de agosto de 2007
"Segundo nossos ancestrais, é necessário sustentar o céu para que não caia. Ou seja, não é que o céu está firme, mas sim, de vez em quando fica fraco e quase desmaia e se deixa cair como as folhas caem das árvores, e então acontecem verdadeiras calamidades porque o mal chega ao milharal, a chuva o quebra todo, o sol castiga o solo, quem manda é a guerra, quem vence é a mentira, quem caminha é a morte e quem pensa é a dor.
Disseram nossos ancestrais que isso acontece porque os deuses que fizeram o mundo, os primeiros, se empenharam tanto em fazer o mundo que, depois de terminá-lo, não tinham muita força para fazer o céu, ou seja, o telhado de nossa casa e o colocaram assim do jeito que deu, e então o céu foi colocado sobre a terra como um desses telhados de plástico. Ou seja, o céu não está bem firme, mas, às vezes, parece que afrouxa. E é necessário saber que, quando isso acontece, se desorganizam os ventos e as águas, o fogo se inquieta e a terra quer se levantar e caminhar sem encontrar sossego.
Por isso, os que chegaram antes de nós disseram que, pintados de cores diferentes, quatro deuses voltaram ao mundo e, tornando-se gigantes, se colocaram nos quatro cantos do mundo para prendê-lo ao céu para que não caísse, ficasse quieto e bem plano, para que o sol, a lua, as estrelas e os sonhos caminhassem por ele sem sofrimento.
Mas aqueles que deram os primeiros passos por estas terras contam também que, às vezes, um ou mais dos pilares, os sustentadores do céu, é como se começasse a sonhar, a dormir ou a se distrair com uma nuvem, então o seu lado do telhado do mundo, ou seja, o céu, não fica bem esticado, e então o céu, ou seja, o telhado do mundo, é como se afrouxasse e é como se quisesse cair sobre a terra, e já não fica plano o caminho do sol, da lua e das estrelas.
É isso que aconteceu desde o início, por isso os primeiros deuses, os que deram origem ao mundo, deram uma tarefa a um dos sustentadores do céu e ele deve ficar de prontidão para ler o céu, ver quando começa a afrouxar, então este sustentador deve falar aos demais sustentadores para que acordem, voltem a esticar o seu lado e as coisas se acomodem outra vez.
E este sustentador nunca dorme, deve sempre estar em alerta e de prontidão para acordar os demais quando o mal cai sobre a terra. E os mais antigos no passo e na palavra dizem que este sustentador do céu leva um caracol pendurado no peito e com ele ouve os ruídos e os silêncios do mundo para ver se está tudo certo, e com o caracol chama os outros sustentadores para que não durmam ou para que acordem.
E dizem aqueles que foram os primeiros que, para não adormecer, este sustentador do céu vá e vem pra dentro e pra fora do seu coração, pelos caminhos que leva no peito, e dizem aqueles mestres mais antigos que este sustentador ensinou aos homens e às mulheres a palavra e a sua escrita porque, dizem que enquanto a palavra caminha pelo mundo é possível que o mal se aquiete e no mundo esteja tudo certo, assim dizem.
Por isso, a palavra do que não dorme, do que está de plantão contra o mal e suas maldades, não caminha direto de um lado pra outro, mas sim anda rumo a si mesmo, seguindo as linhas do coração, e para fora, seguindo as linhas da razão, e dizem os sábios de antes que o coração dos homens e das mulheres tem a forma de um caracol e aqueles que têm bom coração e pensamento andam de um lado pra outro, acordando os deuses e os homens para que fiquem de plantão para que no mundo esteja tudo certo. Por isso, quem vela quando os demais dormem usa o seu caracol, e o usa para muitas coisas, mas, sobretudo, para não esquecer.[1]"
[1] Do comunicado Chiapas: a décima terceira estela – terceira parte: um nome, de julho de 2003.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Ai vão alguns sites para downloads de livros!
São de extrema importância, até porque nem todo mundo tem dinheiro
para comprar, tampouco acesso a livros como estes,
que podem ser achados nos links abaixo.
Sabendo do interesse de vários estudantes, é que o blog da exnel
disponibiliza esses links, portas abertas para o conhecimento de grandes obras,
tanto nacionais, quanto de nossa literatura internacional.
Esperamos que todos que acessem possam aproveitar os downloads das obras,
tanto quanto os que já conhecem o serviço.
Ah, o último link é de um site onde você pode encontrar de tudo,
concursos literários, poesias, contos, ... é 100% literatura na veia!!
E para os que curtem lingüística, estão e são tão bem vindos
tanto quanto os apaixonados por literatura.
Tem pra todos os gostos!
http://www.ateus.net/ebooks/
http://www.tiosam.com/livros.asp
http://www.universiabrasil.net/cultura+/cultvox.jsp
http://www.gargantadaserpente.com/
"O escritor vive.
Ninguém é escritor das oito ao meio-dia e das duas às seis.
Quem é poeta é poeta sempre, e se vê continuamente assaltado pela poesia.
Assim como o pintor é assediado pelas cores e pelas formas, assim como o músico se sente procurado pelo estranho mundo dos sons (o mundo mais estranho das artes), o escritor deve pensar que tudo é argila, com que fará da miserável circunstância de nossa vida alguma coisa que possa aspirar à eternidade."
Jorge Luis Borges
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
UM SITE SOBRE POLÍTICAS LINGÜÍSTICAS
Presidência da República do Brasil
CASA CIVIL
da Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.310, DE 12 DE JUNHO DE 2006.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É instituído o Dia Nacional da Língua Portuguesa a ser celebradoanualmente no dia 5 de novembro, em todo o território nacional.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de junho de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
João Luiz Silva Ferreira
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.6.2006