O poema não cala
ele subsiste dentro de mim
com sua parcialidade dos
dias tristes e dos dias
felizes.
Sua voz tende a não
ser amordaçada,
sua voz reflete
o seu olhar blasé
de dias quase fúnebres.
Suplicando revolta,
suplicando dias de
domingo.
Qual leveza é mais
humana?
Essa existência
esse poema claustro
me liberta
me prende
me emociona
me termina.
Lee Flôres Pires
sexta-feira, 27 de julho de 2007
O poema não cala
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Executiva Nacional dos Estudantes de Letras
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09:09
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terça-feira, 3 de julho de 2007
Alcoólicas
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
Hilda Hilst (Alcoólicas - I)
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Executiva Nacional dos Estudantes de Letras
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08:08
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