quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sarau da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda.


Coletivo de poetas e Projeto Caliandra



O Sararu da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda - faz parte da filosofia do Coletivo de Poetas de levar Poesia para todos, divulgar a obra de poetas esquecidos pela crítica, pelas editoras e pela mídia e incentivar os poetas a recitarem seus próprios poemas. A entrada é franca. O mega-sarau será realizado no Clube da Imprensa.

Vai começar às 20h do dia 19 de setembro (quarta-feira), com duração até às 24h do dia 23 de setembro (domingo) e baterá assim o recorde de duração de tempo de saraus realizados em todo o mundo. Mais de 60 poetas, cantores, compositores e mestres-de-cerimônias serão os responsáveis pela realização do Sarau da Primavera, que vai homenagear ainda os 17 anos de criação do Coletivo de Poetas e os 45 anos de criação do Clube da Imprensa, um espaço histórico de resistência cultural.

Serão homenageados dezenas de poetas vivos e mortos, com recitais e rodas de leituras de seus poemas e minipalestras enfocando a vida e a obra desses criadores. Entre os homenageados vivos estão Cassiano Nunes e Adélia Prado. Entre os poetas falecidos, Machado de Assis, Noel Rosa, Mário Faustino, Patativa do Assaré, Oswald de Andrade e Mário Quintana. Serão feitos dezenas de lançamentos e relançamentos de livros de escritores residentes no Distrito Federal. Haverá uma imensa programação cultural paralela, como minifeiras de artes, com exposições de artistas plásticos do Distrito Federal.

O Coletivo de Poetas foi criado em 1990. É, portanto, movimento cultural pioneiro na realização de saraus no DF. O Coletivode Poetas já publicou cinco coletâneas cooperativadas de poesia e contos: Poemas, Contos, Outros Poemas, Ibirapitanga e Mais Uns. No final do ano, será publicada a coletânea Sarau da Primavera - 100 Horas de Poesia na Roda.

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terça-feira, 11 de setembro de 2007


O regionalismo não é uma linguagem regional, que o inutilizaria, mas falar de problemas que estão mais próximos da pessoa que fala: a dor do homem, a alegria, as suas lutas e as suas belezas etc. Não, é claro, com a limitação de uma linguagem local, que inutiliza a expressão universal e a transmissão objetiva do conteúdo humano do poema ou do romance. (...) Apenas com aquele interesse intrínseco do humano, na valorização do humano. O que limita o regionalismo não é o tema de interesse circunscrito, mas a linguagem, com seus perigos de fixação que lhe poderá inutilizar a universalidade. (...) O que interessa é o problema do homem. Quando me bato pelo regionalismo é para mostrar, numa anedota, o local, os sentimentos comuns a todos os homens. O homem só é amplamente homem quando é regional. Se me tirar a estrutura ideológica do pernambucano, eu nada sou. Faulkner, por exemplo, é profundamente universal porque é regional e nacional.

João Cabral de Melo Neto, entrevista a Marques Gastão,
Diário de Lisboa, Lisboa, 3 de maio de 1958.


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